Newsletter da Sociedade Israelita da Bahia - Ano 06 - Nº 289, 12 de Chesvan 5772 - 09/11/2011
B”H
Crescer graças aos obstáculos que encontramos no caminho?
Neste Shabat leremos em nossas Sagradas Escrituras sobre um fato bastante particular: o nascimento de nosso segundo patriarca, Itzchak, que nasce quando seus pais, Abraham e Sará já eram bem mais velhos.
Sará não acreditava na Promessa Divina de ter um filho mas, no momento do nascimento de Itzhchak, ela decide dar-lhe este nome já que, como interpretaram nossos sábios, vem da raiz em hebraico "litzchok", que significa rir, já que Sará acreditava que todos ririam dela no momento do nascimento do seu filho.
Depois disso, a Torá nos conta sobre o quando D's desafia Abraham pedindo-lhe que sacrifique seu filho Itzhchak. Nosso primeiro patriarca aceita tal pedido e sai em caminho com seu filho e todos os elementos necessários para este desafio. Faltava somente o cordeiro para ser sacrificado e, justamente isso, foi o que chamou a atenção de Itzhchak, ao que Abraham respondeu que D's o proporcionaria.
Quando chegaram ao lugar preestabelecido para realizar o ritual, Abraham preparou tudo, tal qual lhe havia sido solicitado e foi ali, onde colocou Itzhchak, seu filho, sobre o altar, para celebrar seu sacrifício.
Neste instante, quando segurava em sua mão a faca, e já estava a ponto de levar a cabo a decisão Divina, um emissário de D's apareceu e pediu que não fizesse nada, que "não ponha sua mão sobre o jovem" já que D's já havia se assegurado que ele era temeroso a Ele e sua confianã para a Divindade era efêmera. Logo depois disso, Abraham pode ver que havia um carneiro e aí sim, o tomou como sacrifício.
Depois, este emissário Divino comunicou a Abraham que, como recompensa, receberia uma descendência tão grande quanto a quantidade de estrelas que haviam no céu.
Até aqui, a história é conhecida. Ainda assim, são muitas as perguntas que surgem a partir deste relato.
Qual era a intenção de D's com Abraham? Era realmente preciso desafia-lo com um obstáculo tão grande? Acaso não havia sido suficiente o pacto realizado no momento de seu Brit Milá? E no que Itzhchak pensava durante este tempo todo? Aceitou tão facilmente ser amarrado para ser sacrificado?
Muitas perguntas que Chazal responde e nos permitem compreender melhor a história. Mas, além dele, a grosso modo, temos uma constante que acompanha Abraham em todos estes relatos, e foi justamente as provas que precisou superar.
Provas que tentavam mostrar uma adesão perfeita aos mandatos Divinos. Adesão que não só demonstrasse fé em D's mas também uma confiança tal que leva a nosso patriarca até o extremo, para assim converter-se no Pai deste Povo Milenar.
Abraham atravessou muitas provas e em todas elas descobrimos que D's estava ali com ele. E é esta, creio, a mensagem mais importante que nossa Parashá nos deixa esta semana. Não importa qual seja o inconveniente que tenhamos que superar. Não importa quão difícil seja a prova que se interponha em nosso caminho. Sempre, a todo momento, devemos saber que D's está ali conosco para acompanhar-nos e guiar0nos.
Há quem sustente que estes obstáculos, que tantas vezes precisamos viver e que tanto incomoda o fato de estarem ali, ao ponto de questionarmos porque logo a nós cabe tal sorte, nos explicam que estão ali pura e exclusivamente porque D's sabe que podemos supera-los. De outra forma, certamente não os poria em nosso caminho.
Sempre, e assim demonstra a história, D's provou aos nossos patriarcas, gerando depois destas situações um grande crescimento.
Com Abraham, a formação de uma grande nação, tão grande como a quantidade de estrelas.
Certamente, conosco ocorra o mesmo. Muitas vezes devemos nos encontrar com obstáculos que não sabemos como solucionar mas, com o tempo conseguimos supera-los e deles aprendemos e crescemos.
É desta forma, como aprendemos neste Shabat, que D's nos está desafiando a cada instante, porém, devemos saber que se o faz é porque sabe que podemos superar estes obstáculos.
Queira D's que possamos continuar vencendo os obstáculos e aprendendo com eles, para que assim nosso crescimento seja sempre constante.
Shabat Shalom Umeborach
Rab. Ari Oliszewski
Techezakna
Lembro-me como se fosse hoje quando em um almoço entre nossas famílias, lá pelos idos de 1984, Marco "Kiko" Steimberg, que hoje mora em São Paulo, perguntou: "Por que você não vai no Dror?". Mal sabia eu que aquelas palavras mudariam minha vida.
No sábado seguinte, meus pais me deixavam na porta da saudosa Hebraica, e nunca mais saí. Foi lá, no banheiro do fundo do salão de jogos, ainda com o cheiro forte de eucalipto da sauna que funcionava ao lado, e que servia de cheder nos dias de chuva, que aprendi a cantar o Ossê Shalom. Não por ser um grupo mais ou menos religioso, mas provavelmente, pois ser a única música que os madrichim (Pedro Kislanski, Elias Sapolnik, Marcelo e Danilo Rabinovitz e Israel Mizrach) sabiam em Hebraico.
Íamos para as machanot locais em ônibus de linha da Vibemsa, comíamos "gororoba", corríamos como loucos nos "jogos escauticos", mostrávamos todo o nosso conhecimento nos jogos culturais, defendíamos a bandeira dos atacantes, acordávamos com os cabelos brancos de pasta de dentes (perguntem à nossa querida Dévora Arber que fazia a vez de cozinheira e mãezona de todos nós), pulávamos de alegria com o frango frito e o copinho de café cheio de brigadeiro no shabat, recebíamos a nossa "faixa de papel higiênico" com o apelido da Machané, e voltávamos sem voz, com todas as roupas destruídas, os sapatos empapados de lama mas felizes como nunca estivemos antes.
Era o tempo em que vendíamos a passagem de avião a que o Mazkir tinha direito para comprarmos 10 passagens de ônibus e enfrentávamos cerca de 24 horas em "semi-leitos" (que em linguagem de hoje significava que a poltrona deitava de 90º para, no máximo, 85º, até Belo - Horizonte para participarmos das Haboníadas Nacionais. Era o tempo em que acordávamos, dormíamos, respirávamos e vivíamos Habonim Dror.
Das reuniões até altas horas da madrugada, no apartamento da rua João Pondé, na Barra, onde D. Maria e "seu" Andrea Foá moravam. Dos ensaios de dança para as apresentações anuais (desta vez no porão da casa já no Caminho das Árvores, quando os Foá se mudaram, claro). Dos aniversários, Bar Mitvas, farras, sucessos e conquistas comemorados na Zucca Pizzaria da família Schinitman.
Eram, para a minha geração, nossos melhores anos "talvez os melhores da vida" como diria uma das várias músicas que cantávamos ao redor da fogueira em todas machanot.
Assim sendo, eu seria, pelo menos, egoísta se negasse aos meus (futuros) filhos a chance de viver e ir além do que só o Habonim Dror me presenteou.
Por isso, admito que me emocionei com a carta que Ilan Brachmans - e reproduzimos logo abaixo - enviou à nossa coletividade e espero que tenha o mesmo efeito em todos. Só peço que me acompanhem e não tirem dos seus filhos e netos a oportunidade de um dia poderem orgulhosamente, em todos os continentes, despedirem-se com um forte
Aleh VeAgshem,
Subam e Realizem,
Roberto Camara Jr.
Editor do SIB e-News
Para sempre, um Boguer do Habonim Dror - Snif Bahia
Querida comunidade,
Tomei a liberdade de escrever essa carta como uma reflexão, após um longo período preocupado com a desvalorização do Dror por parte de muitos membros da nossa kehilá (comunidade). A princípio pensei que eu não seria a pessoa correta a reforçar a importância do nosso movimento, afinal, como um dos principais proselitistas atualmente, sou, de fato, muito parcial. Por outro lado, quem melhor do que eu – ou outros que viveram o que eu ainda vivo -, na tnuá (movimento) há 15 anos, para falar dos benefícios do Dror para a vida de uma pessoa?
Tenho presenciado a diminuição gradativa do nosso número de chaverim ao longo dos últimos anos, pelos mais diversos motivos, que apesar de respeitá-los, discordo completamente. Desde falta de tempo a aniversário de parente, já ouvimos de tudo. Sou de um período em que algumas crianças faltavam o que quer que fosse para priorizar o sábado de atividade do Dror e seus pais, ao contrário de tentar dissuadi-los, incentivava-os, pois sabiam o quão importante era esse momento; outros ganhavam presentes para serem convencidos a ir ao Dror quando pequenos, já que seus responsáveis sabiam que em breve o próprio relutante garoto é que faria questão de freqüentar as atividades do movimento; não era um árduo percurso sair do centro da cidade até a Hebraica na Boca do Rio em um dia chuvoso, apenas mais um agradável comprometimento do pai com seu filho. Se perguntarmos a esses indivíduos (tanto os pais quanto as crianças) hoje, se tudo isso valeu a pena, não me resta dúvida de que a resposta seria positiva.
O Habonim Dror não é um grupo meramente recreativo, muito menos jovens despreparados que querem ensinar sobre Israel e judaísmo a qualquer custo, nem tampouco babás sem nada de importante a acrescentar às crianças. O Habonim Dror é um movimento para a vida, que dá oportunidades a jovens de serem diferentes da imensa maioria da sociedade, insensível ao que se passa com os demais à sua volta e com o restante do mundo. É onde se pode colocar em prática valores absolutamente negligenciados no contexto em que vivemos. O que se presencia no movimento não se encontra na escola ou na vizinhança; companheirismo, desapego a bens materiais, cultura, expressão, confiança, altruísmo, consciência crítica, diálogo aberto, sinceridade, judaísmo, alegria. O que pode soar como uma publicidade é a mais pura verdade.
Aos que já não dão muito valor à religião judaica propriamente dita e sua continuidade, saibam que o Dror não se resume a isso. Àqueles que acham que os filhos já se divertem o suficiente sem precisar sair de casa, pensem que jogos eletrônicos jamais terão o efeito que atividades elaboradas e criativas como as que nossos madrichim planejam têm na formação da criança. Digo tudo isso sem pensar apenas na continuidade da nossa cultura e do nosso povo, elementos esses que têm cadeira cativa no meu cotidiano, mas ambicionando principalmente uma comunidade, uma sociedade, um mundo melhor. Raros são os lugares em que crianças aprendem que ter mais ou menos dinheiro, ter uma personalidade ou outra, ser gordo ou magro não faz a menor diferença. Raros são ambientes em que se pode divertir-se sem um brinquedo sequer. Raras são as oportunidades de pensar mais no grupo do que em si. Raros são nossos contatos com judaísmo e sionismo. Eu poderia citar um sem fim de raridades aqui nesse texto, mas infelizmente não conseguiria exprimir por completo o apreço que sinto por essa tnuá que me propiciou os momentos mais incríveis e relevantes da minha vida.
Digo, com muito orgulho, que mesmo com todas as dificuldades que encontramos hoje, temos conseguido fazer um trabalho maravilhoso e realizador com pouco mais de uma dezena de crianças, proporcionando um clima ímpar a cada sábado, vendo a amizade de garotos e garotas que só se vêem uma vez por semana crescer de forma linda, e junto com isso, os valores pelos quais tanto prezamos. Alerto até mesmo àqueles que não costumam levar seus filhos, sobrinhos ou netos a todos os sábados – somente esporadicamente -, que um esforço a mais nesse sentido será compensador para o resto da vida, e o digo sem pestanejar. Aos que já fizeram do Dror uma prioridade e um hábito, e que certamente colhem seus frutos rotineiramente, peço que nos ajudem na conscientização de outros membros da comunidade, para que possamos oferecer essa oportunidade de crescimento pessoal a mais e mais jovens e crianças.
Definitivamente não tenho a intenção de ofender ou desrespeitar o modo de vida de ninguém, contudo, não posso me permitir que tantas crianças deixem de experimentar o Habonim Dror sem que ao menos tentemos esclarecer o tamanho da oportunidade que está sendo deixada para trás. Torço e luto muito para que nossa kehilá ainda tenha uma longa vida comunitária pela frente, passando pelos jovens de hoje, que por ora dependem do incentivo de pais, avós, tios...
Saudações,
Igor Brachmans.
Uma pesquisadora israelense está desenvolvendo um aplicativo para smartphones para monitorar a saúde mental por meio da medição de níveis de estresse na fala. A responsável é a professora associada de ciência e computação Tanzeem Choudhury, que tem o apoio do recém-criado Intel Science and Technology Centre (ITSC) for Pervasive Computing, uma colaboração entre a Universidade de Cornell e outras, dirigida pela Universidade de Washington.
Israel: Sites do Exército, Mossad e Segurança Interior fora do ar
Os sites do exército israelense, da agência de inteligência (Mossad) e da segurança interior (Shin Beth) estavam inacessíveis neste domingo, constataram jornalistas da AFP.
Os porta-vozes do exército e do Shin Beth confirmaram à AFP um "corte de várias horas" e indicaram "que está sendo realizada uma investigação para determinar a origem" desta falha.
Ataque ao Irã é mais provável que diplomacia, diz Presidente de Israel
O presidente de Israel, Shimon Peres, advertiu neste domingo (6) que a possibilidade de um ataque militar contra o Irã é maior que a de uma ação diplomática, dias antes da publicação de um informe da Agência Internacional de Energia Atômica sobre o programa nuclear de Teerã.
"A possibilidade de um ataque militar contra o Irã parece mais próxima que a opção diplomática", afirmou o presidente em declarações ao jornal Israel "Hayom".
"Não acredito que já tenha sido tomada uma decisão a respeito, mas dá a impressão de que os iranianos vão se aproximando da bomba atômica", acrescentou. "Não temos que revelar nossas intenções ao inimigo", explicou.
PARASHAT HASHAVUA: Vayera
MINCHÁ: 18:23
ARVIT E HAVDALÁ: Na continuação do Minchá
TÉRMINO DO SHABAT: 19:12
TÉRMINO DO SHABAT: 19:12
Um belo conto judaico
A única vaca de uma pequena cidade na Polônia parou de dar leite.
O povo fez uma pesquisa e concluiu que poderia comprar uma vaca de Moscou por 2.000 rublos,ou uma de Minsk por 1.000 rublos. Como eram econômicos, compraram a vaca de Minsk.
A vaca era maravilhosa. Produzia muito leite o tempo todo, e as pessoas estavam admiradas e muito felizes.
Decidiram comprar um touro para cruzar com a vaca e produzir mais vacas como a primeira.
Eles nunca mais teriam que se preocupar com o fornecimento de leite de novo.
Compraram um touro e o puseram no pasto com sua valiosa vaca.
Entretanto, toda a vez que o touro chegava perto da vaca, ela se afastava.
Diante de qualquer tipo de aproximação que o touro tentava a vaca se afastava e ele não podia consumar seu intento.
O povo ficou muito contrariado e decidiu perguntar ao seu sábio rabino o que fazer.
Contaram ao rabino o que estava acontecendo.
"Sempre que o touro se aproxima da vaca ela se afasta.
Se ele se aproxima por trás, ela se move para a frente. Quando ele se aproxima pela frente,
ela sai para trás. A uma aproximação pelo lado ela simplesmente se afasta para o outro lado".
O rabino pensou sobre isso por um minuto e perguntou:
"Vocês compraram essa vaca em Minsk?"
As pessoas ficaram estupefatas, uma vez que jamais mencionaram onde haviam adquirido a vaca.
"Você é verdadeiramente um sábio, rabino," disseram.
"Como soube que nós compramos essa vaca em Minsk?"
O rabino respondeu tristemente:
"Minha mulher também é de Minsk."
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